domingo, 2 de fevereiro de 2014

O domingo do Camaleão


O Chicleteiro que já teve a sorte de passar um carnaval em Salvador sabe a magia que é curtir esses seis dias com a banda no lugar onde tudo começou, é algo totalmente inexplicável. Porém, entre esses seis dias tem um que é mais especial ainda, o mais aguardado entre os fãs da banda. Esse dia é o domingo. 
Para tentar explicar um pouco a magia do domingo de carnaval, o Pedro Lanza e o Ronaldo Cesário escreveram um belíssimo texto, que vocês podem conferir abaixo.


"O Camaleão Domingo!
Domingo sem dúvida é um dos dias mais aguardados do Carnaval de Salvador, principalmente pelos Chicleteiros, por um simples motivo é o primeiro dia de desfile do maior e melhor bloco do carnaval baiano, o Camaleão, que há mais de 20 anos é puxado pela mais importante banda do axé music, o Chiclete com Banana, quem em 2014 terá seu último Carnaval liderado por Bell Marques, que para tristeza de todos os Chicleteiros anunciou que parte em carreira solo.
O local é o Farol da Barra, marco inicial do circuito Barra-Ondina, abençoado pelas águas do mar da Bahia. Alguns foliões mais antigos na festa baiana pensam ‘sou da época que o Camaleão só desfilava na Avenida, lá é a verdadeira casa do bloco’, isso é uma verdade, mas desde 2008 o Camaleão pisa a patinha na areia e desfila sua alegria pela Avenida Oceânica até chegar em Ondina, em um dos momentos mais animados e agitados do Carnaval.
O relógio marca 15:35, a meia-hora rotineira destinada à concentração dos foliões já acabou, o bloco está 5 minutos atrasado, os foliões já estão apreensivos para escutar os primeiros acordes de sua banda preferida. Conversas sobre o repertório que a banda vai apresentar pipocam por todos os lados, aquela velha e difícil pergunta surge ‘Qual a sua música do Chiclete?’ Alguns optam pelas músicas mais românticas que embalaram momentos de amor pelas micaretas do Brasil, outros optam pelas músicas com a batida mais característica da banda, forte e que leva os foliões ao verdadeiro êxtase quando executadas.
O sol a pino e o calor de 43ºc faz o suor descer no rosto, um gole na vodca alivia o frio na barriga, vendedores ambulantes de cerveja, ice, água e refrigerante surgem de todos os lados, a tradicional negociação do preço das latinhas acontece, a movimentação financeira em um dia de Camaleão é impressionante.
Alguns podem se enganar ao pensar que o rosto dos foliões aparentam cansaço, na verdade o sentimento que reflete o momento é a ansiedade, ansiedade minha , da mulher amada que está ao lado, daquela que vai se tornar amada durante o bloco ao som das baladas românticas ecoadas na voz de Bell, enfim de todos os foliões presentes.
Todos estão olhando pra cima, com olhares voltados em direção ao Rex, aquele que é chamado pela banda de Predador da Tristeza, que finca verdadeiras garras em solo baiano para levar contagiante alegria a todos e é lá que está presente o líder desse movimento, Bell Marques, que concentrado da maneira que o momento exige afina sua Guitarra, aquela dourada!
A multidão de foliões dos outros blocos olham perplexos para os "camaleões", é difícil que alguém de fora entenda o significado desse momento para essa legião de apaixonados. Um folião de primeira viagem questiona: ‘’o que esse bloco tem de diferente de todos os outros do Carnaval?’’ e de pronto obtém a resposta de seu amigo que não desvia seu olhar de Bell Marques: 
- O Camaleão é o Bloco do Chiclete com Banana.
Sim, o Camaleão é o Bloco do Chiclete, é onde a banda se sente mais à vontade, mais em casa, e não é pra menos, são 23 anos da maior parceria do Carnaval baiano. É claro que o Nana tem história, é claro que o Voa Voa tem história, mas é no Camaleão que o verdadeiro Chiclete com Banana é encontrado, é ali que a interação entre músicos e chicleteiros émais forte, esse é o bloco mais esperado por todos durante o ano que separa os carnavais.


São Chicleteiros fanáticos que percorrem o Brasil inteiro atrás de shows do Chiclete, atrás do som da percussão de Deny e Waltinho, atrás de um sorriso do sempre simpático Lelo, atrás de um alô de Wadinho, de uma foto com o batera Walmar que teve a importante missão de substituir um dos ícones da banda, o sempre presente Rey e atrás de qualquer gesto que venha de Bell.
É nesse momento que todos escutam a voz do sempre fechado Wilson dizendo para que os ‘Olho Vivo’ assumam posições pois o bloco vai sair e o Camaleão quando começa seu desfile faz o chão da Bahia tremer. O famoso Grito do Rex, um toque na guitarra, os braços de todos automaticamente se levantam, lágrimas escorrem por todos os lados, gritos de êxtase ecoam, o Camaleão começou.
Nas palavras mágicas de Wadinho: ‘Chicleteiros do Brasil!!!! Chegou a nossa hora, o Camaleao quer ouvir vocês cantarem, o Camaleão quer ver vocês pularem e o Camaleão quer ver vocês felizes, o Camaleão quer ver vocês se amarem!! Abram um sorriso, sintam o coração e gritem bem alto “Sou Camaleão”!! Bell agradece a todos àqueles que fizerem que o bloco se tornasse a paixão de todos. BOAAA SORTE CAMALEÃO, BOA SORTE BAIANOS ESPECIAIS, BOA SORTE PARA O MUNDO INTEIRO!!!
O Camaleão pisa na avenida, o Camaleão vai ser inesquecível, o Camaleão vai ser como sempre insuperável e o Camaleão vai ser sempre o Camaleão!!!
Ê o amor O camaleão se apaixonou”
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